Medicamentos baratos, receitas caras |
Por Walmir Rosário
A cada dia que passa nesse complicado calendário do ano da (des)graça de 2020 se torna mais difícil cumprir a sentença dada pelo ainda candidato a presidente Jair Bolsonaro em fazer do nosso país mais Brasil e menos Brasília. São tantos os percalços, as arapucas, artifícios, ciladas e emboscadas armadas para uma parte dos poderosos se manterem no mesmo status quo, que fica difícil enxergar uma luz no fim do túnel.
Faço todo esse escarcéu para simplesmente me referir à ação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), agência reguladora que trata de um monte de coisas, inclusive os medicamentos, em proibir a venda do antiparasitário Ivermectina sem receita médica. E o principal argumento é que esse antiparasitário poderá causar uma série de complicações, inclusive a neurotoxidade.
Explicação muito simples. Pra mim, que não ostento nenhuma patente de conhecedor, especialista ou doutor na área de farmacologia ou medicina, minha visão é completamente outra. Na minha burrice científica, essa proibição é apenas um estratagema para proibir o seu uso contra a Covid-19, por compor um kit medicamento com a hidroxicloroquina, cloroquina e azitromicina.
Não perderei meu tempo e dos prezados leitores para debater ciência médica, tema totalmente desconhecido para mim. O que quero tratar são os métodos direcionados apenas e tão somente à ivermectina. Um antiparasitário como centenas deles que se encontram nas prateleiras das farmácias, muitas das vezes nas gôndolas, oferecidos em promoções e descontos espetaculares.
Se pegarmos a bula da ivermectina, por certo nos depararemos com as recomendações de que o uso indevido do remédio pode gerar efeitos colaterais como diarreia, náuseas, anorexia e constipação. Além disso, pode desencadear reações ao Sistema Nervoso Central e consequências na pele com urticária, prurido e erupções. Quem sou eu para discordar dos doutos cientistas?
O que estranho é que medicamentos outros e abundantes nas farmácias para combater o mesmo mal, ou seja, vermes, parasitas, ou sei lá mais o que sejam, não sofreram a mesma censura. Continuam lá gozando das suas prerrogativas de serem escolhidos livremente ou por pela recomendação dos vendedores, que não cansam de exaltar as qualidades medicinas, terminando com a sentença: É tiro e queda, não sobra um!
Não me conformo com a omissão da Anvisa em me deixar escolher livremente em qualquer farmácia brasileira um simples analgésico para combater minhas dores de cabeça, gripes, resfriados e cefaleia, que absolutamente não sei distinguir um de outro. Quando sinto os infames ataques das dores nos nervos da perna, não conto conversa e lá vou eu pedindo um gel para massagear o tal do nervo ciático.
Numa das assembleias das quintas-feiras do Clube dos Rolas Cansadas travamos um verdadeiro duelo sobre as enfermidades que acometem os mais idosos – considero um palavrão, melhor seria mais experientes. Ao final, a ata da assembleia teve que ser resumida, haja vista não haver espaço e tempo suficiente para colocar todas aqueles nomes e fórmulas complicadas.
Somente num analgésico diz que ao ingerir esse medicamento recomendado nas emissoras de rádio e televisão, bem com em panfletos que encontro por toda a parte posso ser vítima de reações anafiláticas/anafilactoides leves manifestam-se na forma de sintomas cutâneos ou nas mucosas (tais como: coceira, ardor, vermelhidão, urticária, inchaço), falta de ar e, menos frequentemente, doenças/queixas gastrintestinais.
No entanto, e apesar de, ele continua colorido, alegre e faceiro nas farmácias de todo o Brasil, à disposição de qualquer consumidor, desde que disponha de recursos suficientes para adquiri-lo, nos mais variados meios de pagamento: cartão de crédito, débito, cheque (com a devida provisão de fundos) e notas de moeda corrente – reais. Sem qualquer receituário.
Como iniciei dizendo que menos Brasília e mais Brasil, é preciso que os meios de comunicação – incluindo aí as redes sociais – façam campanhas esclarecedoras aos doutores da Anvisa, informando-os que médicos, nesse mundão de meu Deus é artigo de luxo. Nem sempre é encontrado nas unidades de saúde, e quando estão, já acabaram as fichas de atendimento.
Nos resta o recurso do atendimento particular, marcado com antecedência, e atendido mediante o módico pagamento de cerca de R$ 200,00, nas clínicas particulares, e o dobro disse nos consultórios tradicionais. O bom é que você sai do consultório com a receita de um analgésico, que na grandiosa promoção custa apenas bagatela de R$ 3,00. Mas com a garantia que você não terá nenhum efeito colateral, mesmo sem os prévios exames.
Enquanto tentava traçar essas mal traçadas, vi pela internet sites e mais sites que oferecem medicamentos tantos – permitidos ou proibidos – que, caso compre, você os receberá na tranquilidade do lar. E quem não tem o dinheiro? Pelo jeito, somente formando uma força-tarefa integrada com os super-heróis das revistas e filmes em quadrinhos para tirar os poderes de parlamentares e burocratas de Brasília.
Como dizia o Barão de Itararé: Ou restaure-se a moralidade ou então locupletemo-nos
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