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O Caboclo Alencar serve a mais famosa batida de Itabuna |
Afirma
o ditado que Deus escreve certo por linhas tortas. Concordo em gênero, número e
grau e por tudo que há de mais sagrado, pois as confirmações sempre me são
mostradas e com rigor, digamos, científico, ou quase. Este fim de semana, por
exemplo, fui impedido de comparecer a uma série de eventos, já programados com
bastante antecedência.
E o
motivo foi pra lá de justo, aqueles incômodos nem tão inesperados, causados
pelo nervo ciático e as imperfeições na velha coluna cansada de guerra. E o
veredito foi dado de forma brusca pelo meu team
de personal trainer, os professores Vilma e João José, que também carregam o
sobrenome Rosário, proibindo qualquer estripulia.
Resignado,
deixei de ir a Campo Formoso para comemorar, ao vivo e em cores, os 94 anos de
minha mãe, neste dia 1º. No mesmo dia ainda tentei que me liberassem para um
pulinho em Itabuna, pois participaria dos festejos antecipados dos 94 anos do
Caboclo Alencar, que reina absoluto no ABC da Noite, no Beco do Fuxico, e ainda
daria os parabéns ao amigo e colega Gabriel Nunes e Paulo (Índio) Lima (todos
no dia 2, junto com Yemanjá).
Todos
os meus sonhos foram por água abaixo e me contentei em parabenizá-los por meio
de mensagens no Whatsapp, sem um aperto de mão, um abraço apertado e, sequer,
desejar tudo de bom nesta vida brindando com uns dois ou três goles de batida.
Todo o meu planejamento seguiu água abaixo, ou como diriam os mais exaltados, o
meu castelo ruiu, sem mais nem menos.
Ainda
bem que alcancei a dádiva de comemorar recentemente os 80 anos do Almirante
Nélson, numa festividade que deu o que falar em toda a Canavieiras, devido ao
brilho dos serviços e ao número e qualidade dos convidados. É por isso que
tenho a convicção de que nada mais correto do que “o que tiver que fazer hoje
não deixe para o amanhã”.
Minha
grande preocupação seria carregar a pecha de desidioso, por não comparecer a
tão importante e qualificado evento, em que tinha a obrigação da presença, na
qualidade de vice-presidente da Alambique (Academia de Letras, Artes, Música,
Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias, Etc.). Ainda bem que o zeloso
presidente, o jornalista Daniel Thame fez a entrega solene da placa em
homenagem às 94 “primaveras” do Caboclo Alencar, fixada na parede externa.
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Placa em homenagem aos 94 anos do Caboclo |
Mas não
tive outro jeito senão acompanhar toda a movimentação do Beco do Fuxico pelas
redes sociais e alguns telefonemas de amigos cobrando a minha presença. Deitado
eternamente em minha rede esplêndida acompanhava com bastante atenção os
presentes, todos bebericando as riquíssimas batidas elaboradas pelo mestre
alquimista Caboclo Alencar.
Para os
que pensam ter sido apenas comemorações de aniversários, posso afirmar que se
tratou de uma festa de trabalho (pode?), pois já se debatia a tradicional
Lavagem do Beco do Fuxico, na abertura do Carnaval do Itabuna. E este ano a
folia será ampliada com a Lavagem da Cantina Tico-Tico e do bloco que leva o
mesmo nome.
Mas
nem só de Carnaval vive o Beco do Fuxico! O planejamento chegou ao mês de
julho, quando será comemorado o aniversário dos 115 anos de emancipação de
Itabuna, mais precisamente no dia 28 de Julho. Por coincidência, nesta mesma
data se festeja aniversário o ABC da Noite, que atinge a marca de 63 anos de
existência, no mesmo local e o mesmo proprietário.
Essas
datas festivas são como um bálsamo para meus incômodos nevrálgicos, que espero
solucioná-los em tempo recorde para não tomar falta na chamada da lavagem
carnavalesca, bem como no aniversário do ABC da Noite, do qual sou aluno
repetente dos mais antigos. Já encomendei ao colega de ABC, Cláudio da Luz, que
em suas andanças por Itajuípe consiga algum remédio da flora nativa, criado por
algum raizeiro juramentado.
Prometo
que daqui pra frente somente participarei de eventos em que a falta seja
injustificável, tomando todas as precauções com o estado físico. Aguarda-me,
por exemplo, o sábado (15 de fevereiro), no conceituado Mac Vita, quando será
apresentado à sociedade mundana canavieirense o livro “Tyrone Perrucho – o
homem que colecionava amigos”, de minha autoria.
Garanto
que serei bastante comedido.
*Radialista,
jornalista e advogado.
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