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Na maternidade da Mãe Pobre não tinha burocracia |
Por
Walmir
Rosário*
Fernando
Gomes Oliveira, prefeito de Itabuna por cinco mandatos e deputado federal por
outros três, contados aí, o deputado constituinte, sempre foi considerado um
dos maiores líderes políticos de Itabuna. Volta e meia elaborava algumas frases
de efeito de fazer inveja a qualquer marqueteiro, embora tenha amargado ter
dito outras, a exemplo de uma dita na pandemia.
A
mais famosa foi a “Morra quem morrer”, trecho de uma explicação sua sobre a
abertura do comércio durante a pandemia, que somente foi aproveitada pela mídia
e oposição esse pedacinho polêmico. Outras frases de Fernando Gomes também
ganharam o mundo e hoje se encontram esquecidas, principalmente as de efeitos
positivo no marketing político.
Muito
do que Fernando Gomes falava era de difícil compreensão, já que havia um
descompasso na sua maneira de pensar e de se expressar, cujo nome não sei
explicar. Deixo isso para os prendados em ciências médicas. Fernando Gomes, que
para muitos não era letrado, completou os estudos até o ensino médio
(científico) e estudou Direito por uns três meses, por acreditar que melhor
seria ganhar dinheiro e administrar seus bens e os públicos.
Como
prefeito conhecia todos os detalhes da administração municipal e era ele, e só
ele, quem decidia o que fazer e o que pagar. Nas datas em que entravam os
repasses estadual e federal (ICMS e FPM), se reunia com o secretário de
Finanças para elaborar a relação dos pagamentos a serem feitos. Conhecia tudo
nos mínimos detalhes.
Mesmo
os oposicionistas que conheciam essa realidade, espalhavam que Fernando Gomes
não era uma pessoa letrada, que não possuía habilidade com a matemática,
principalmente a financeira. Ledo Engano. Num debate sobre a administração
pública deixava os debatedores sem ação, de bocas abertas, pelas respostas que
dava, bem como pelas perguntas que faziam.
Saúde
e educação eram duas preocupações em seus governos e muito fez nessas áreas por
Itabuna. E nos seus mandatos de deputado federal muito aprendeu como buscar os
recursos para implantar seus projetos. Também se aliava a um determinado grupo
político, como fez com se ferrenho adversário, ACM, para construir o Hospital
de Base de Itabuna, batizado de Deputado Federal Luiz Eduardo Magalhães.
Assim
que encerrou seu primeiro mandato na prefeitura de Itabuna, era deputado eleito
com uma avalanche de votos. Em Brasília aprendeu como buscar recursos, mesmo
sem ocupar ou ter um liderado na prefeitura. Montou a Fundação Fernando Gomes,
que mesmo sem apresentar um bem qualquer passou a arrecadar recursos.
E
entre as primeiras ações da Fundação Fernando Gomes foi a criação da “Maternidade
da Mãe Pobre”, com a proposta de desburocratizar o atendimento, facilitando o
internamento das grávidas. Assim que assumiu o segundo mandato na Prefeitura de
Itabuna anunciou seu projeto número um, destinado ao atendimento da população
mais humilde.
No
dia da apresentação apresentou a Maternidade Ester Gomes (em homenagem a sua
mãe), que prestaria atendimento médico-hospitalar gratuito à população de baixa
renda e ainda doaria o enxoval dos recém-nascidos. E explicou que a maternidade
seria uma referência nas áreas de ginecologia e obstetrícia da Bahia.
E na
apresentação, o prefeito Fernando Gomes passou a destacar o planejamento da
Maternidade Ester Gomes, dotada de 56 leitos e deveria realizar mais de 300
internações mensais. E ressaltou que após receber alta, a parturiente seria
levada em casa por um serviço de ambulância próprio sem nenhum custo.
E antes
que apareçam um repórter ou cabo eleitoral atrasado na coletiva de imprensa e
queira mostrar serviço fazendo perguntas repisadas, a exemplo de como fazer e os
documentos que precisaria para internar uma parturiente, Fernando Gomes foi
logo avisando: “Olha, na maternidade é bem diferente do INPS, sem qualquer
burocracia”. E arrematou em alto e bom som.
– Já
disse e repito. Na Maternidade da Mãe Pobre não terá papelório: Aqui o único
documento é a barriga!
E
essa foi a grande sacada do marketing da Maternidade Ester Gomes, que passou a
receber, inclusive algumas parturientes oriundas da high society itabunense.
*Radialista,
jornalista e advogado.
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