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Os Ceplaqueanos compareceram em massa ao encontro |
Uma
das frases mais em voga nos dias de hoje é “quando o cavalo passa selado você
tem que montá-lo”, dando a entender que jamais o indivíduo terá uma nova
oportunidade. E isso aconteceu comigo recentemente e me nego a aceitá-la como
verdade absoluta, como se eu ou qualquer outro ser humano não tivéssemos
obstinação, persistência.
E
esses dias eu deixei passar o tal do cavalo selado sem que pudesse montá-lo.
Garanto que não se tratou de uma simples falha, incompetência, mas por motivos
superiores. Não aqueles dados como desculpas esfarrapadas para não comparecer a
compromissos assumidos, mas por excesso de confiança na sumida temporária da
malfadada labirintite.
Eu
deveria me apresentar às 11 horas, no Codornas Restaurante, em Itabuna, para o
I Encontro dos Ceplaqueanos da Divisão de Extensão de Itabuna, nesse colóquio
inaugural. Dada a sua importância, todo o planejamento realizado, bastaria me
deslocar de Canavieiras com duas horas e meia de antecedência e abraçar os
velhos e queridos colegas.
Missão
abortada, devidamente comunicada por whatsapp, com as devidas escusas e
lamentar minha inusitada ausência, comportamento que não faz parte do meu
dicionário. Mesmo impedido de estar no evento de corpo presente, mantive o
compromisso moral de marcar presença mental, espiritual torcendo pelo sucesso
do primeiro de uma série de eventos que prometem entrar em pauta.José Mário sempre atento na organização do evento
Mas
que os servidores da Ceplac discutiriam nesse encontro, se a instituição
continua no leito de morte, sem direito a atendimento com vistas a recuperar
seus áureos tempos? Tudo. O engenheiro agrônomo aposentado Luiz Ferreira da
Silva anotou em seu livro “A fazenda Corumbá que virou Ciências 60 anos atrás”
que a Ceplac era mais que uma empregadora, era uma religião.
Na
mesma obra, Luiz Ferreira cita que seu colega e líder extensionista Ubaldino Machado
movimentava sua turma por meio da palavra parceiro, em moda nos dias de hoje. Era
esse o espírito de corpo implantado na instituição por Carlos Brandão e “Zé
Haroldo”, incutindo em todos a chamada filosofia da solidariedade.
Do
mais simples operário ao titulado cientista, a palavra colega era o tratamento
adequado, pois todos deveriam agir com excelência na sua missão profissional
conjunta. Do operário de campo, passando pelo motorista, escriturário,
comunicador, técnico, aos profissionais mais graduados, tinham que ser os melhores.
E a Ceplac disponibilizavam os meios para tal.
Cada
um dos ceplaqueanos carregava consigo o dever de tornar a região cacaueira um
modelo de desenvolvimento e até hoje se sentem orgulhosos com famosa sensação
do dever cumprido. Ainda hoje perdura o reconhecimento regional sobre a excelente
qualidade da formação e desempenho profissional dos ceplaqueanos, distinção que
se estendeu por todas as regiões cacaueiras do Brasil.
Assim
sendo, têm o que comemorar, comentar o dia a dia na instituição Ceplac, as
lembranças das realizações, incluindo aí as dificuldades enfrentadas nas
tarefas em locais inóspitos, as vitórias. A Ceplac não era uma simples
empregadora, mas uma instituição reconhecida e respeitada pelos que fizeram
acontecer na transformação das regiões cacaueiras da Bahia.
Para
os mais novos que não puderam acompanhar a missão da Ceplac, vale lembrar que mantinha
os departamentos de pesquisa, extensão, ensino técnico, e desenvolvimento atuando
dentro e fora das porteiras das fazendas. Esse esforço de inovação tornou
possível a implantação da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), ampliando
a formação da inteligência regional.
Não fossem
os programas da Ceplac, não teríamos o porto do Malhado, tal como é, os milhares
de quilômetros de estradas vicinais, a maior rede de energia rural, a modernidade
na telefonia, em todos os campos do conhecimento. Estrategicamente, beneficiou
todos os municípios das regiões cacaueiras do Brasil, com escritórios, estações
experimentais, todos tocados com o que tinha de mais inteligente e de alto
poder aquisitivo no comércio.
Mas
voltando ao encontro dos servidores da Divisão de Extensão de Itabuna, nada
melhor que essa satisfação de bem estar pelo cumprimento das responsabilidades
de antes e o reconhecimento de suas participações. Se por anos tiveram esse
compromisso com a Ceplac, continuam, como sempre, com a sociedade onde vivem e
são distinguidos.
E
nada melhor do que viver com dignidade e alegria. No próximo estaremos juntos, parabenizando
a eficiência da organização.
*Radialista, jornalista e advogado
PARABÉNS Walmir pelo excelente comentário a respeito da CEPLAC
ResponderExcluirÉ pena que a maioria dos "políticos regionais" não viram a CEPLAC por este ângulo
Parabéns grande Walmir Rosário, renomado Jornalista, Radialista e Advogado , você conhece como poucos toda a história desta grande instituição que sempre foi a CEPLAC, e que tudo fez e ajudou, para o engrandecimento das regiões produtoras de Cacau, e outros mais,
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